Raízes que cresceram dentro de mim,
Fortes, potentes, amadurecidas.
E agora tão efémeras, escasseiam pelo vento,
Deixando-me nua de pensamentos.
Ruínas surgem,
Ergue-se um novo caminho,
Tudo perde sentido,
Rumo perdido de foco,
Sem destino delineado.
Enlaçado por lembranças,
Memórias que viajam a 100 Km/ph,
Pormenores que chegam e partem,
Sem qualquer retorno.
Raízes que se quebram,
O forte ruído dá-se ao vento,
Como se de uma árvore se tratasse,
Esmurrada, com ausência de cor,
Brilho, ou vivacidade,
Esbatida pela sombria dor.
Ecos fluem pelo o ar,
E sempre que voarem perto de mim,
Abraçarei-os com força,
Para mais tarde,
Recordar o que é morrer,
E renascer.
O Tempo,
Esgueira-se sem medos e rodeios,
E sem mais nem menos, passa.
Deixa fendas por suturar,
Sorrisos perdidos,
Amor por dar,
Sede de querer,
Meta por alcançar,
Sonhos sonhados,
Futuro traçado e delineado,
Perdido e entrelaçado,
Quebrado.
Ouvir, escutar,
Falar, gritar,
Olhar, ver,
Sentir, sente,
Vazio, ar,
Esquecer, amnésia,
Saudade, relembrar.
Aperto,
Tão forte e severo,
Capaz de estremecer todas as paredes do corpo,
Como se de um terramoto se tratasse,
Capaz de matar,
Enlouquecer.
Quebrar a maior proteção,
Para que a emoção feroz,
A mudança audaz,
Sem qualquer receio ou pudor,
Se liberte!