sábado, 19 de outubro de 2013

Mutationem




Raízes que cresceram dentro de mim,

Fortes, potentes, amadurecidas.

E agora tão efémeras, escasseiam pelo vento,

Deixando-me nua de pensamentos.

Ruínas surgem, 

Ergue-se um novo caminho,

Tudo perde sentido,

Rumo perdido de foco, 

Sem destino delineado.

Enlaçado por lembranças,

Memórias que viajam a 100 Km/ph,

Pormenores que chegam e partem,

Sem qualquer retorno.


Raízes que se quebram,

O forte ruído dá-se ao vento,

Como se de uma árvore se tratasse,

Esmurrada, com ausência de cor, 

Brilho, ou vivacidade,

Esbatida pela sombria dor.

Ecos fluem pelo o ar,

E sempre que voarem perto de mim,

Abraçarei-os com força,

Para mais tarde, 

Recordar o que é morrer,

E renascer.


O Tempo,

Esgueira-se sem medos e rodeios, 

E sem mais nem menos, passa.


Deixa fendas por suturar,

Sorrisos perdidos,

Amor por dar,

Sede de querer,

Meta por alcançar,

Sonhos sonhados,

Futuro traçado e delineado,

Perdido e entrelaçado,

Quebrado.


Ouvir, escutar, 

Falar, gritar,

Olhar, ver,

Sentir, sente,

Vazio, ar,

Esquecer, amnésia,

Saudade, relembrar.


Aperto,

Tão forte e severo,

Capaz de estremecer todas as paredes do corpo,

Como se de um terramoto se tratasse,

Capaz de matar,

Enlouquecer.

Quebrar a maior proteção,

Para que a emoção feroz,

A mudança audaz,

Sem qualquer receio ou pudor,

Se liberte!





 20/10/2013




Acerca de mim

A minha foto
Simples Poetisa, para quem me considera uma mulher que escreve poesia, e também Poeta, pois escrevo de forma a que a expressão literária seja o verso. Na verdade, gosto simplesmente e profundamente de poesia.