terça-feira, 28 de novembro de 2017

Alomorfia


Sentir o poder da mudança, impele à transformação.

A falta que ela faz, ao único verdadeiro sentido de ser-se.

Ser réptil, camaleão sem cor, de mil formas se tenta adaptar. 

Com medo, esse, que se entranha até ao osso, paralisa-te.

Que te faz cair em declive, ou de garras cravadas em betão que te prendem ao chão.

Variação constante, numa espécie de salvação humana.

Sentimos apenas que nos altera, deixando de ser quem já fomos.

Quer pensemos que tenha sido para o melhor ou pelo contrário.

Deixamos sem qualquer poder de decisão que ela penetre em nós.

Variando cada pedaço de pensamento, de ação e de pele.

No momento sentimos que nada bebemos dela, mas que apenas sabemos mais.

É nela que vemos pormenores sóbrios que não existiam antes.

Coisas que dão em que pensar, diferentes das que habituados estamos.

Medíocre seria se escolhesse fechar os olhos a ela.

Ensinaste-me a não ter medo, ou melhor, a usá-lo como vantagem.

Preciso dele para caminhar.

Adestra-me a não ter conforto na procura de um melhor.

Fazendo-me seguir de mochila às costas em busca de espaço.

Fizeste-me entender o amor próprio com mais clareza.

Bloqueando tudo à minha volta, centrando-me apenas.

Castrei-me ao sentimento ilusório, sentindo assim mais a minha própria pele.

E foste tu, quem me mudou.

E assim, vou vivendo com mais sabedoria.

Passo a passo, em 'metamorphosis'.




Acerca de mim

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Simples Poetisa, para quem me considera uma mulher que escreve poesia, e também Poeta, pois escrevo de forma a que a expressão literária seja o verso. Na verdade, gosto simplesmente e profundamente de poesia.