quarta-feira, 18 de junho de 2014

Quem me és



A cor viva dos teus olhos que me enche de luz,

Os teus vincos de expressão que iludem um ar sorridente,

Os teus lábios merecidos de um beijo que se reluz,

O teu cheiro perfumado que invade amiudadamente os meus poros,

Que me deixam alegadamente perdida em ti.


Do céu estrelado faço a pintura do teu corpo sardento,

Como se por simplicidade conecta-se todos os pontos apenas,

Criando-se um mapa à descoberta de cada traço do teu corpo atento,

Num mar repleto de textura que é o teu cabelo lembrando-me de Atenas,

Como se de uma bela paisagem ruísse contra a paixão gladiadora que sinto.


A tua voz quente que esconde tanto de ti,

Que puxa e aguça a curiosidade de te conhecer mais e mais,

Que embate nos meus tímpanos chegando aqui,

Bem perto do que é saber-te sem dizeres palavras confidenciais,

Abraço-a, envolvendo-me cuidadosamente.


O teu corpo que se quer livrar de pudor,

O quente da tua pele que só aquece junto da minha,

Entrelaçando a nossa vontade do querer sem qualquer dor,

Dois corpos se fundem na melhor companhia,

Querer-te é mais do que pensamento, é mais que físico.


Tu que tanto me dás e que mais queres dar,

Que acendes uma luz há muito apagada em mim,

Numa altura em que tudo ruiu dentro de minhas paredes,

Foste e és muito em mim, em ti.

Que o próprio medo tenha medo da mulher que és, assim,

Cheia de humanidade, de generosidade, de amor que nem medes,

Olha para ti e vê quem representas, orgulha-te.


Agradeço no meu ser a tua presença, a tua essência, o teu ser,

Agradeço no meu coração a mulher que és, o teu corpo, o teu cheiro,

Agradeço na minha mente a força que és, a sabedoria, o amor sentido,

Agradeço à vida ter-te conhecido, para o bem e para o mal, para o que ainda vier a acontecer.

Cruzar o teu caminho no meu foi um acontecimento que jamais se esquecerá,

E na nossa memória vive.


Eu sei quem tu és, que és tu.



terça-feira, 22 de abril de 2014

Preferência fácil



Não sei que faça.

Não sei o que faças.

Faço tudo e nada faço.

De que serve? Para que serve?


Contexto plagiado.

Dilúvio de prazer momentâneo.

Devaneios de loucura curam o tempo.

De coração quebrado o mesmo chora.


Faz parte. 

Dizem os sábios.

Faço parte.

Fazes parte.


As respostas encontradas na expressão corporal. 

O corpo não mente, já o coração esconde-se.

As amarras do manto que o cobre.

Um dia rasgar-se-à.


À descoberta viverá.

Reencontro mais que esperado.

Será? Serei? Serás?


Não há dúvida que somos humanos.

Não há dúvida de como funcionamos.

O controlo.

Esse ninguém o controla.


Quero mais?

Queres mais?

Quero tudo e nada quero.

Da certeza incerta fica.


A ansiedade sente-se até à ponta dos cabelos.

Na voz sente-se a quebra do ar.

Diz-se tudo e nada se diz.

Redundância no corpo.


Olha-me nos olhos e lê.

Leitura que vaga se pode tornar.

No cuidado e na atenção está a chave.

Pois a má interpretação nela poderá cair. 


Queres-me.Quero-te.

Esperar?


Não há tempo a perder. 

Porque ele pode nos perder ao invés.















segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Viaticum


Com o espaçar das gotas, vejo-me em ti.

Pergunto-me se será possível.

Como decifrar isto, não sei.

Talvez as nuvens nos expliquem como.

 

As pedras gritam por nós,

Em euforia nos chamam.

Para junto de nós vem o sol,

Sorrindo, fazendo esquecer tudo à nossa volta.

 

Como se da perfeição se tratasse.

Que será disto?

Sorrir, novamente.

Talvez não importe nada.

Ou com tudo, o medo venha.

 

As folhas molhadas refletem-nos.

Vozes aquecem o sonho de quem sabe ser verdadeiro.

Talvez esse sonho se torne real e nos trate bem.

Se não, que alguém te trate tão bem, assim como a mim.


A vontade de te prender em mim,

Como cola prendesse o teu corpo ao meu.

O calor emerge pelos poros da nossa vida.


Porque o tempo foge-nos de controle,

Solto como o vento, grunhe.

Num ruído silencioso que me procura.


Intensamente fujo.



Cepticismo



A dúvida faz parte.

Nada em mim é certo.

Tudo em ti parece aberto.

Sem saber do rumo a que poderia levar-nos.

Encontro um sorrir, um sentir que nos enche.

De planos. De sonhos. De medos. De incertezas.

De paixão. De cor. De insegurança. De luta.


Sem saber se em mim existe espaço.

Se em ti existe força para lutar como aço.

Não quero que o mal coabite em nós,

Quero que o sonho nos trate bem.

Encontrei-me em ti e de repente pareceu-me fugir.

De mim. De ti. Do espaço. Do tempo. 

Da chuva. Da dor. Da alegria. Do sorrir.


Como prever o futuro, não existe.

Hipóteses no ar, opções que tomar.

Clareza ao fundo de um túnel triste.

Decifrar este dilema, só o tempo poderá solucionar.


Quero-te bem, quero-me bem.

Que uma vida insignificante se funda e se torna por mais.

Para que um dia possa suspirar de alívio também.

Que tu possas ser feliz e que sofras jamais.



quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Jazz-me




De um velho uísque adocicado,

A vontade surge ao Jazz,

Blues sossegam os ouvidos,

Memórias abraçam velhos livros com pó,

Do fumo crescem formas que dançam,

Fazendo respirar o quente sabor do passado.

Objetos sem vida com tanta história por contar,

Revelam sentimentos, espaços, toques,

O suave soar de uma voz elegantemente quente,


Faz salientar a iminência do tempo que passou.





Acerca de mim

A minha foto
Simples Poetisa, para quem me considera uma mulher que escreve poesia, e também Poeta, pois escrevo de forma a que a expressão literária seja o verso. Na verdade, gosto simplesmente e profundamente de poesia.