E assim, a fantasia morreu. Decomposição natural finita. A magia, revela-se apenas truque de ilusão. A cortina finalmente, desceu. E só, restou no palco. A peça entregue apenas à memória. Na madeira, apenas o verniz. Um conto, por narrar. Livro cozido na pele. Os aplausos pelo sonho, ecoaram. O fogo de artifício queimou. A chama apagou, rendida a si mesma. Novo capítulo, por escrever. Composição de letras. Personagens velhas misturadas. Novos passos, gestos, gritos. Personificação geral. Compreensão liberta. Imaginação fértil. E na redundância da criatividade, Outro ciclo inicia, conto novo. Vivendo a glória das palavras, Nasce a obra.
Aprendi a mentir-te, A usar-te como escudo, Como reflexo num vidro de rua, O caos residiu em mim. Ensinaste-me a usar o desconhecido, Transformando a ignorância em clareza, De cada movimento gesticulado, De cada palavra ou som. Hoje sei-te melhor do que ninguém, Até de mim mesma, que tanto há por desvendar, A tua essência tornou-se sinapse adquirida. Substituindo o ADN natural, Criando mutação catastrófica, Sabendo mais do racional, Do que o próprio animal.
E o ciclo em vez de se fechar, Inicia dentro de mim, Criando, transformando, Lucidez transpirada, venerada.
A colisão de duas energias, Nunca poderão ser absorvidas no que é nulo, O resultado nunca é o esperado, Regenera-se, mera atracção.
As tuas partículas fundiram-se, Como praga, mataram mas também transformaram, E tudo o que restou se alterou, Nunca foi nulo, ou resultado negativo.
Aprendi a equacionar, A análise tornou-se mais que pura matemática, A antropologia fundiu-se em caracteres, E numa nova programação, instalou-se no meu epicentro.
Preferia não te ter colidido, Rasgou-me a energia, Lembranças gastas, memória corroída, Emoção desvairada, doente.
Simples Poetisa, para quem me considera uma mulher que escreve poesia, e também Poeta, pois escrevo de forma a que a expressão literária seja o verso.
Na verdade, gosto simplesmente e profundamente de poesia.