sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Anacronia

Sensação exasperada. 

Modificada e movida pelo júbilo.

Inocência rosa, estreia a curiosidade.


Fantasia, imaginar. 

Riposta positiva.

Utópico futuro contemplado.


Eu. Tu. Jogo anatómico presencial.

Intelectos aguçados, viciados.

Universo conhecido, incerto. 


Egolatria querer ter-te. 

Por detrás de um beijo doce, medo.

Ciclo vicioso, sangue resultado.


Coração caótico, cansado.

Certo, sábio de vida.

Querer do amar, perdoar do passado.


Que permanecerá?

Jogo sujo de paixão juvenil.

Cair em tentação, viver.


Feitiço premeditado, grego.

Humano viciado. 

Sentimento anacrónico.






Versus



Tocar-te por impressões digitais soturnas às minhas,

Imaginar ser lençol onde partilhas a cama com outra.


Cheirar a ilusão dos teus cabelos,

Sentir o pó entre a nossa anatomia, inexistente.


Desejar aniquilar aquilo que deveria estar morto.

O Alzheimer, esse que batalha a memória anciã.


Reviver o anelo do sossego romantizado, 

Aceitar a ausência falecida.


De certo, morrerá. 


Até lá, contemplação.






"More than you could ever believe

No chance you'll find another me
I let you, I let you in
Let you in under my skin."

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

La perspective


A esta calma rodeada de velas de gratidão e imagens santificadas ao seu expoente máximo.

Como é bela e não a devo ao Senhor ou a algo que se assemelha. 

Vem da fé, da humanidade, que se acalma quando precisa fugir do caos que é viver.

Em sussurro as pessoas falam, com o devido respeito. 

Fico a ouvir o que têm a dizer, pedir. 

E penso no quão é de certa forma bela, essa energia transladada. 

A luz encadeada pelos vitrais pintados num apelo aos mundanos.

A música, ah a melodia, que acompanha cada passo silencioso dado, cada prece, naquelas notas soltas pelos largos tubos de órgão. 

Na paz, não do Senhor, mas de nós, minúsculos seres dentro de cúpulas, rodeados de velho odor a madeira, melodia de coro, cera queimada e ilustre ouro décor.

De certa forma, existe uma dualidade entre o certo e o errado presente, sem qualquer interesse. 

A beleza de cada estrutura, cada pintura, cada detalhe dedicado não apenas ao Senhor, mas a nós.

Encontra-se de alguma maneira o egocentrismo humano, que aqui  se transforma em fé e paz. 

É na arquitetura de cada traço de betão ou em figuras esculpidas que nos encontramos na procura de nós próprios, mesmo que seja apenas por um segundo.




 Église de Pont de l'arche
Normandie, France









sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Figure



Perdida de mim mesma,
Surge o novo Eu,
Este, astuto em pele de raposa,
Subtil e predadora,
Daquilo que mais ânsia lhe dá.

Novo estímulo, 
Sem vínculo de si mesma,
Contrariamente ao que deseja, 
No intuito, da sua essência.

Bem-vinda.




segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Egolatria do Ser

Egoísmo frontal, social.

Pessoa, Ser, Eu, egocêntrico. 

Quem de ti quer saber, alma conspurcada, fatal. 

Se não tu figurado, intrínseco.



Ilusão emocional.

Sentimento obsoleto, perdido. 

Rotação de perspetiva carnal.

Ser, Eu, Pessoa, pedido. 



Vem, chega, parte.

Arrasta-te pelas profundezas.

Só. Ermo. Assim, como Arte. 

Te trará alguma pureza.



 


Acerca de mim

A minha foto
Simples Poetisa, para quem me considera uma mulher que escreve poesia, e também Poeta, pois escrevo de forma a que a expressão literária seja o verso. Na verdade, gosto simplesmente e profundamente de poesia.