Pendência psíquica
Sem saber por onde ando,
Perdida num cheio tão vazio,
Caminho por cimento, mar e terra,
Tentando arrastar as pesadas raízes,
Presas a mim de uma forma inimaginável,
Penetradas em minha pele,
Entrelaçadas aos meus vasos sanguíneos,
Puxando cruelmente pelo meu ser.
Procuro sem respiração a solução,
Entendendo a sabedoria da questão,
Estendo-me sobre o chão desnuda de sentir,
Esperando que a claridade me ilumine,
Luz essa, quente que queima bravura,
Coragem que alarga a fervura.
Levanto-me dos medos,
E sigo caminho,
Enfrento-me e tento,
Encorajo-me e sinto medo.
Gota que caí,
Segregada por uma glândula lacrimal,
Enchendo-me de tal força.
Vencer por um instante,
Parece um deserto repleto de vazio,
No eco soa o vento que rasga o meu ser,
Vendo-me estripada de qualquer sentimento,
Inadvertidamente a realidade impõe-se,
E essa que tanto pode atormentar como tranquilizar,
Por fim, com calma sossega-me,
Deixando a ablepsia quebrar-se.
E vejo, diante de mim, o doce sabor de me vencer!
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