quarta-feira, 31 de agosto de 2016

La perspective


A esta calma rodeada de velas de gratidão e imagens santificadas ao seu expoente máximo.

Como é bela e não a devo ao Senhor ou a algo que se assemelha. 

Vem da fé, da humanidade, que se acalma quando precisa fugir do caos que é viver.

Em sussurro as pessoas falam, com o devido respeito. 

Fico a ouvir o que têm a dizer, pedir. 

E penso no quão é de certa forma bela, essa energia transladada. 

A luz encadeada pelos vitrais pintados num apelo aos mundanos.

A música, ah a melodia, que acompanha cada passo silencioso dado, cada prece, naquelas notas soltas pelos largos tubos de órgão. 

Na paz, não do Senhor, mas de nós, minúsculos seres dentro de cúpulas, rodeados de velho odor a madeira, melodia de coro, cera queimada e ilustre ouro décor.

De certa forma, existe uma dualidade entre o certo e o errado presente, sem qualquer interesse. 

A beleza de cada estrutura, cada pintura, cada detalhe dedicado não apenas ao Senhor, mas a nós.

Encontra-se de alguma maneira o egocentrismo humano, que aqui  se transforma em fé e paz. 

É na arquitetura de cada traço de betão ou em figuras esculpidas que nos encontramos na procura de nós próprios, mesmo que seja apenas por um segundo.




 Église de Pont de l'arche
Normandie, France









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Simples Poetisa, para quem me considera uma mulher que escreve poesia, e também Poeta, pois escrevo de forma a que a expressão literária seja o verso. Na verdade, gosto simplesmente e profundamente de poesia.